quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Que tipo de cidadão é você??

Pacato Cidadão - Skank

Ô pacato cidadão, te chamei a atenção
Não foi à toa, não
C'est fini la utopia, mas a guerra todo dia
Dia a dia não
E tracei a vida inteira planos tão incríveis
Tramo à luz do sol
Apoiado em poesia e em tecnologia
Agora à luz do sol

Pacato cidadão
Ô pacato da civilização
Pacato cidadão
Ô pacato da civilização

Ô pacato cidadão, te chamei a atenção
Não foi à toa, não
C'est fini la utopia, mas a guerra todo dia
Dia a dia não
E tracei a vida inteira planos tão incríveis
Tramo à luz do sol
Apoiado em poesia e em tecnologia
Agora à luz do sol

Pra que tanta TV, tanto tempo pra perder
Qualquer coisa que se queira saber querer
Tudo bem, dissipação de vez em quando é bão
Misturar o brasileiro com alemão

Pacato cidadão
Ô pacato da civilização

Ô pacato cidadão, te chamei a atenção
Não foi à toa, não
C'est fini la utopia, mas a guerra todo dia
Dia a dia não
E tracei a vida inteira planos tão incríveis
Tramo à luz do sol
Apoiado em poesia e em tecnologia
Agora à luz do sol

Pra que tanta sujeira nas ruas e nos rios
Qualquer coisa que se suje tem que limpar
Se você não gosta dele, diga logo a verdade
Sem perder a cabeça, sem perder a amizade

Pacato cidadão
Ô pacato da civilização
Pacato cidadão
Ô pacato da civilização

Ô pacato cidadão, te chamei a atenção
Não foi à toa, não
C'est fini la utopia, mas a guerra todo dia
Dia a dia não
E tracei a vida inteira planos tão incríveis
Tramo à luz do sol
Apoiado em poesia e em tecnologia
Agora à luz do sol

Consertar o rádio e o casamento é
Corre a felicidade no asfalto cinzento
Se abolir a escravidão do caboclo brasileiro
Numa mão educação, na outra dinheiro

Pacato cidadão
Ô pacato da civilização
Pacato cidadão
Ô pacato da civilização.

Cidadão é o indivíduo que está no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado. Mas não goza apenas de seus direitos, cidadão também desempenha deveres.
E quem seria o “Pacato Cidadão”??
Como o próprio nome já diz, sujeito sem atitudes, que aceita tudo, que não reclama que não questiona.
Segundo Milton Santos, não basta a cidadania ser um estado de espírito, ela precisa ser uma situação social, jurídica e política, para que assim seja mantida pelas gerações, para ser eficaz e ser fonte de direitos, deve se inscrever nas leis, mediante de dispositivos institucionais, que a assegurem, e sempre que houver recusa, ocorra a possibilidade de reclamação, de ser ouvido. Portanto ser um cidadão pacato te torna mais um em meio à sociedade, te aliena e te impede de criticar sua própria condição.
Vivemos em uma sociedade movida pela mídia, que impõe gostos, preços, biótipos, moda, que favorece a elite e exclui cada dia mais os menos favorecidos. As pessoas se tornaram escravas do consumo, onde o dinheiro e o status social se tornam a medida de tudo, e os “pobres” para serem aceitos se enrolam nas linhas de créditos, e aquilo que parecia ser a salvação, os empurra ainda mais para baixo, “as causas dos males aparecem como se fossem a sua solução, círculo vicioso que escancara as portas das favelas para a cultura de massas com seu cortejo de despersonalização e a substituição dos projetos pessoais saídos da cultura, isto é, de dentro do indivíduo, por outros projetos elaborados de fora deste mesmo indivíduo, projetos decididos a conquistar todo mundo pela força da propaganda.” (Santos, 1993)
Concluindo, o brasileiro troca seus desejos e sonhos individuais, pelos desejos e sonhos coletivos, ou seja, cede seu espaço e limita suas expressões, uma vez que aceita, não reclama, não questiona, é pacato diante das imposições da mídia, deixando de ser cidadão para ser apenas consumidor.

Por Mariana Martin Bianco

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